Luís Sítima, managing partner Odgers Berndtson Portugal, faz notar que «nos próximos anos, a guerra por talento tornar-se-á determinante para potenciar a capacidade de mapear continuamente o mercado, desenvolver uma employer brand atractiva e adaptar a proposta de valor ao “novo” mercado de trabalho». Leia a sua análise aos resultados do XXXIX Barómetro Human Resources.
«A Gestão de Pessoas está cada vez mais no centro da agenda do negócio, e os principais desafios apontados na 39.ª edição do Barómetro Human Resources estão alinhados com as tendências verificadas pela Odgers Berndtson a nível global: atrair e reter talento, novo modelo de trabalho e desenvolvimento das lideranças.
Nos próximos anos, a guerra por talento tornar-se-á determinante para potenciar a capacidade de mapear continuamente o mercado, desenvolver uma employer brand atractiva e adaptar a proposta de valor ao “novo” mercado de trabalho, com foco no propósito, desenvolvimento profissional, evolução de carreira e – com taxas de inflação crescentes – na competitividade da prática salarial.
Depois, a importância de aprender com os últimos dois anos e aproveitar a oportunidade para implementar um novo modelo de trabalho, mais atractivo, ágil e eficiente, que vai muito além da discussão sobre o trabalho remoto. As tendências apontam para modelos organizacionais mais focados na criação de valor, mais descentralizados na tomada de decisões e mais rápidos na execução, com profundas implicações (1) no empoderamento das estruturas, (2) nos modelos de responsabilização, feedback e reconhecimento, (3) nos mecanismos de colaboração e comunicação e (4) em modelos de trabalho mais flexíveis e personalizados.
Por fim, o desafio das lideranças. Estudos demonstram que 50-70% da motivação das equipas depende das chefias directas. Os novos modelos organizacionais e a “guerra” por talento acentuarão a necessidade de fazer evoluir as lideranças do tradicional “comand and control” para “inspire and connect”.
Toda esta evolução só será consistente se as lideranças evoluírem, a todos os níveis da organização. E esta é talvez a maior surpresa dos resultados deste barómetro. Sendo as lideranças um dos principais desafios para 2022, para o painel não se assume como um tema urgente. Será que conseguiremos fazer evoluir o modelo organizacional e aumentar a capacidade de atrair e reter as pessoas de forma consistente.